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Enfrentar as mudanças climáticas: uma prioridade para a parceria sino-brasileira rumo à sustentabilidade
2021-04-20 05:37

 

As mudanças climáticas constituem um desafio comum da humanidade. Como o maior país em desenvolvimento, a China constrói sua própria civilização ecológica e, ao mesmo tempo, atua na governança global do clima. Hoje, o povo chinês compartilha da visão do presidente Xi Jinping de que "águas limpas e montanhas verdes são tão valiosas quanto montes de ouro e prata". Desde 2012, a construção da civilização ecológica tornou-se parte integrante de uma estratégia nacional, de tal maneira que a China alcançou resultados significativos na implementação do Acordo de Paris.

A China vem acelerando as ações para a conservação de energia e a redução de emissões. O país tem o maior sistema de geração de energia com carvão limpo e responde por 24% do total da capacidade instalada de energia renovável do mundo, além de 42% dos acréscimos mundiais. É também campeã na soma de capacidade de geração de fontes hídrica, eólica e fotovoltaica. Por mais de uma década, a China tem sido o maior investidor mundial em energias renováveis e figura como o principal fabricante de equipamentos de energias limpas. Além disso, metade da frota mundial de veículos movidos a novas energias circula na China. Em 2019, o país respondeu também por metade das aquisições de carros desse tipo no mundo. Nos últimos oito anos, o consumo de energia por unidade do PIB diminuiu em quase 25%, isto é 1,27 bilhão de carvão equivalente padrão.

A China está trabalhando para alcançar metas ambiciosas. No próximo quinquênio, para cada unidade do PIB, o consumo de energia cairá 13,5%, e a emissão de dióxido de carbono terá um decréscimo de 18%, enquanto a taxa de cobertura florestal aumentará para 24,1%. O país busca atingir o pico das emissões de CO2 antes de 2030, quando a emissão por unidade do PIB diminuirá em, pelo menos, 65% sobre 2005, e os combustíveis não fósseis responderão por cerca de 25% do consumo de energia primária. Além disso, o estoque florestal deve aumentar em 6 bilhões de metros cúbicos em relação a 2005. Para tanto, a China vai acelerar a otimização da estrutura industrial e da matriz energética, conforme os conceitos verde e de baixo carbono, promovendo uma inovação na tecnologia, nas atividades econômicas e nos modelos de negócios. Com isso, espera-se formar um novo paradigma de modernização em que o homem se desenvolva em harmonia com a natureza.

Duas grandes nações em desenvolvimento, a China e o Brasil se deparam com os desafios do crescimento econômico e da proteção ambiental. Portanto, as mudanças climáticas e o meio ambiente têm sido dois temas importantes na parceria bilateral. A nível governamental, foram assinados vários acordos sobre assuntos como proteção ambiental, mudanças do clima e utilização de recursos, e foi mantida uma boa concertação em fóruns bilaterais e multilaterais como a COSBAN, as Nações Unidas, o BRICS e o BASIC. Na sociedade civil, institutos de pesquisa e universidades criaram laboratórios conjuntos e parques de ciência e tecnologia nas áreas de mudanças climáticas e tecnologias energéticas, os quais contribuíram para o avanço tecnológico em matéria de meio ambiente e energia em ambos os países. Em sintonia com os conceitos de proteção ambiental e crescimento verde, empresas chinesas que investem no setor energético do Brasil observam rigorosamente a legislação ambiental brasileira e nenhuma delas atua com elevadas emissões de gás carbono. Com efeito, cada vez mais investimentos chineses estão entrando nas áreas de energia solar e eólica e de bateria tracionária.

Essas cooperações trouxeram benefícios tangíveis para o desenvolvimento verde de ambos os países. A State Grid da China investiu US$ 12,4 bilhões no projeto Belo Monte, com linhas de transmissão de longa distância, alta eficiência e baixa perda. Isso fez do Brasil o primeiro país das Américas a ter a tecnologia de transmissão de ultra-alta tensão em corrente contínua, e reduziu as emissões brasileiras de carbono em 21 milhões de toneladas. Desde que entrou no mercado brasileiro em 2019, a CGN vem investindo em energia fotovoltaica e eólica e figura como a quinta maior geradora de energia limpa do Brasil. Ainda durante a pandemia, a SPIC Brasil e o CEPEL fecharam um acordo para trazer soluções inteligentes elaboradas sob medida para a realidade brasileira, a fim de otimizar a produção, o armazenamento, o consumo e a gestão de energia. As empresas chinesas estão otimistas com a perspectiva de desenvolvimento das indústrias verdes e de baixo carbono no Brasil e dispostas a aumentar seus aportes em projetos nesse setor, como energia limpa, agricultura inteligente e ecoturismo, dando força ao desenvolvimento sustentável brasileiro.

Integrantes do BASIC, tanto a China como o Brasil estabeleceram metas bastante arrojadas para a redução e a neutralidade de carbono. Compartilham, portanto, amplos interesses comuns e grande margem de cooperação em temas como mudanças climáticas, biodiversidade e transição para um modelo de desenvolvimento econômico "verde". A China está disposta a unir forças com o Brasil e todos os países do mundo para promover um crescimento sustentável e cuidar do planeta Terra como um lar de todos nós.

(Yang Wanming, Embaixador da China no Brasil)

 

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