Início > Notícias de Atualidade
Globalização de empresas chinesas enfrenta dificuldades
2014-04-10 21:34

Boao, Hainan, 10 abr (Xinhua) -- Empresas chinesas estão aventurando-se no exterior para entrar no mercado global, mas muitas delas enfrentaram obstáculos devido a dificuldades cultural e financeira, indicaram analistas em um fórum internacional que está sendo realizado.

O governo quer que o mercado desempenhe um papel decisivo na alocação de recursos, o que significa concorrências mais severas para empresas chinesas que têm que procurar recursos exteriores, disse Liu Chuanzhi, presidente da Lenovo Holdings, na atual conferência anual 2014 do Fórum de Boao para a Ásia (BFA).

Liu e outros delegados fizeram comentários durante um painel de discussão no fórum sobre a globalização de empresas chinesas na noite da quarta-feira.

Desde o início da reforma e abertura da China no final dos anos 70, o valor acumulado de investimento exterior da China atingiu US$ 600 bilhões até o final de 2013, com US$ 104,5 bilhões de novos investimentos apenas no ano passado, segundo Zhang Guobao, presidente da Associação de Desenvolvimento no Exterior da China.

Empresas chinesas estão tentando cada vez mais tornarem-se importantes participantes globais através da compra de empresas estrangeiras de mesma atuação que são mais reconhecidas.

Lenovo, companhia de TI chinesa, comprou a linha de PC da IBM em 2005, trazendo uma maior divulgação da marca Lenovo e um aumento de cota de mercado tanto na China como no estrangeiro.

"A aquisição não foi fácil. Custou muito trabalho para a pesquisa de mercado, integração cultural e ajustes no grupo de gerência e estratégias", disse Liu.

No entanto, a Lenovo é uma das poucas empresas que sobrevivem e se desenvolvem bem depois da fusão e aquisição (M&A, na sigla em inglês).

No total, empresas chinesas realizaram 99 casos de M&A bem-sucedidos no exterior em 2013.

Cerca de 70% dos esforços de M&A de empresas chinesas foram em vão devido a problemas de integração cultural ou barreiras legítimas, apontou Ma Weihua, presidente do Wing Lung Bank Ltd., e ex-presidente e chefe executivo do China Merchants Bank.

A integração entre o rigoroso sistema de gerência de KPI no ocidente e a flexível cultura empresarial chinesa orientada por pessoas é o ponto chave para novas fusões, disse Liu.

No entanto, na opinião de Ma, a maior dor de cabeça das empresas chinesas em sua aventura global são dificuldades financeiras em diversos aspectos.

Empresas chinesas não podem levar créditos no país para fora para apoiar os negócios no exterior, e empresas privadas sentem-se em desvantagem pois não têm tanto apoio como empresas estatais do mesmo setor que gozam de apoio de bancos de desenvolvimento.

Além disso, eles enfrentam um limite de garantia de crédito de US$ 20 milhões. Qualquer valor acima do limite precisa de aprovação do Ministério das Finanças, acrescentou Ma.

Instituições financeiras estrangeiras também se sentem relutantes em emprestar dinheiro às empresas chinesas que têm dificuldades financeiras porque os novos participantes no mercado estão em dívida enquanto conseguem apenas um lucro marginal no início dos negócios em novos mercados.

Além disso, há poucos bancos chineses que ajudam pois instituições financeiras chinesas também estão lutando para estabelecer sua posição em mercados estrangeiros devido a rigorosos regulamentos financeiros locais, acrescentou Ma. Fim

Suggest to a friend   
Print